Eu morava na África do Sul e era correspondente pela TV Record, quando ouvi falar de William Kamkwamba pela primeira vez. Li por alto a história resumida em algum jornal local. Achei incrível. Tentei buscar mais informações na internet… mas em 2011, o máximo que se encontrava sobre o “Menino que descobriu o vento” era a palestra dele no Ted e o livro que contava sua trajetória.
Não foi fácil entrar em contato numa época em que as redes sociais ainda estavam no começo. A ajuda para localizá-lo veio da African Leadership Academy, em Joanesburgo, onde ele havia estudado. A ponte havia sido feita mas passamos por uma longa espera, emails truncados e conversas que mais pareciam vir de um telefone sem fio. Até que conseguimos falar diretamente com o personagem da nossa matéria. Ele estaria de férias do Dartmouth College, nos Estados Unidos, e viria visitar a família, no Malawi.
Partimos de Joburg para lá ainda com aquela insegurança se William estaria mesmo nos esperando na data combinada.
E o caminho era longo: da capital do Malawi, Lilongwe, até a cidade de Kasungu, são 3 horas de carro. Depois mais 40 minutos de estrada de terra até o vilarejo de Wimbe, onde ele nasceu. E lá estava ele esperando nossa equipe.
Lembro que chegamos e a primeira coisa que procuramos por lá, era claro, o moinho de vento!
O moinho do filme foi o primeiro construído por ele, aos 14 anos de idade. A engenhoca tem 5 metros de altura foi feito de madeira, sucata e uma bicicleta velha. William fez questão de subir até o topo pra mostrar pra gente que, apesar dos efeitos do tempo, o moinho ainda funcionava perfeitamente.
O tal moinho é capaz de gerar uma energia de 12 volts, o suficiente pra acender uma lampada. Para um país onde 80% da população vive sem energia elétrica, a invenção dele parecia mágica.
Na época da entrevista, William estava com 24 anos e relembrou os momentos difíceis que passou e que são mostrados no filme: a seca, a fome, a miséria. O garoto adorava estudar e foi obrigado a largar a escola.
Ele nos contou que resolveu aprender por conta própria. Na biblioteca encontrou o livro “Using Energy” e ficou curioso com a capa. O problema é que ele era escrito em inglês, língua que ele não dominava. Ele teve primeiro que aprimorar seus conhecimentos no idioma estrangeiro pra conseguir ler o livro que tinha chamado sua atenção. Incrível, não é? Na entrevista, ele ainda ri lembrando que quando viu a foto dos moinhos achou que eram ventiladores gigantes.
Enfim, foram dois anos catando sucata no ferro-velho e sendo considerado um louco por toda a comunidade.
Depois que o moinho ficou pronto, um professor do Malawi apostou em William e o ajudou a conseguir patrocínio para os estudos. Foi esse professor, o sr. Hartford Machazime que o enviou para palestrar, pela primeira vez, numa Conferencia de Tecnologia, na Tanzania, e o ajudou a se preparar para o evento. Até então, William nunca havia dormido num colchão… O garoto autodidata emocionou a platéia e chamou a atenção de empresários que resolveram bancar seus estudos!
Na época da entrevista, em 2011, ele já havia construído mais dois moinhos no vilarejo.
William Kamkwamba viajou o mundo todo pra contar sua história e mora nos Estados Unidos, mas sempre volta ao Malawi pra ficar perto de suas raízes.
No final da nossa conversa, lembro que a resposta de William me emocionou… Perguntei a ele, porque sempre fazia questão de voltar pra casa, apesar da distância, das dificuldades e de uma nova vida cheia de oportunidades. Com a maior simplicidade, ele me disse: porque é aqui que está o meu coração.
Muito bom
Eu assisti o filme ADOREI
Para vocês deve ter sido demais
PARABÉNS
MARAVILHOSOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO …………………………………………….. PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS ……………………………………………..
Muito obrigado!
Este filme é realmente emocionante e incrível!
Achei o maximo que vocês etiveram por aí, faz todo o sentido sentir na pele o esforço de uma criança para tentar melhorar a situação precária de toda uma região.
E eu sempre sonhei em fazer trabalhos voluntários na África 🇿🇦
Obrigada, Claudia! Realmente foi incrível ver essa história de perto. Se tiver a oportunidade de fazer algum trabalho por lá, tenho certeza que vai amar!